Amor e Razão

Muitos dilemas afligem a condição humana: amor, ódio, medos, confianças, esperanças, decepções e alegrias. Tudo isso gira em torno de nós, de nossa mente e coração. Mas acho que o conflito maior que invade não só a mente, vai mais além, é entre o coração e razão. O coração que tanto nos quer ver em uma situação que muito nos é agradável, desejável, é algo que se quer para vida toda, mas a razão vem trazer de volta as situações pelas quais o que o amor quer muitas vezes não pode ser viável. Muitas vezes a razão é dura demais, não consegue nos deixar ver com parcimônia a situação. O coração quer tentar, quer arriscar, mesmo que traga a ideia de que está cometendo o mesmo erro novamente, mas quer resgatar o que teve que deixar para trás. A razão quer confortar, quer mostrar muitas vezes de forma um tanto dura que esse não deve ser o caminho. Mas tem que haver um meio termo, uma forma de a razão ser tão flexível quanto o amor. Porque o amor pode abrir mão de sua felicidade pra realizar a vontade da razão e a razão não pode fazer o mesmo?
É difícil querer bancar sempre a muralha diante dos outros, que está tudo bem, levando a situação numa boa quando na verdade é justamente o oposto e não poder dizer tudo o que sente é triste pois alguns claro podem entender, mas infelizmente a grande maioria só quer saber de criticar, de deixar a pessoa ainda mais indecisa, ou então mais baixo astral do que já se encontra. Não consegue uma coisa simples chamada empatia (se por no lugar do outro). Saudade é algo que se soma a tudo isso e vai consumindo a cada dia pois parece que nunca tem uma resposta para a situação. O coração deseja lembranças, pessoas, que a razão fica bloqueando ou mostrando que não se deve voltar atrás. Mas e se voltar atrás e perceber que tudo tem uma nova chance, de que tudo vai mudar? Não seria bom arriscar? Mas porque então não tomamos coragem? Porque deixamos a razão tomar conta de tudo? Porque sofrer a cada dia com as lembranças ou então com projeções futuras que podem nunca acontecer. Razão e coração machucam demais quando disputam entre si quem é o correto. Escrevo isso de uma maneira geral, mas na verdade também colocou um pouco de mim, pois é assim que tenho me sentido esses dias todos. Tudo está entregue ao Pai, mas ainda assim crer no seu tempo sei que é a melhor resposta, mas nessa ansiedade tão humana, parece que nada acontece para que se dissolva isso tudo. Mas está a cada dia mais turbulentos ações e pensamentos. E a falta que sinto de ti é o que mais dói.

Queria gritar a plenos pulmões o quanto te amo e o quanto desejo você em minha vida. A falta de teu olhar doce e terno, o teu cheiro, teu calor, seus abraços que tanto me confortam. Essa ausência doída de tudo que tinha e hoje são lembranças porque me deixei levar pela razão, pelo que é mais óbvio e prático. Mas será que foi a escolha certa? Agir pela razão?

Porque não pode, pois a razão ser flexível ao amor, como o amor é flexível a razão? Viver essa dúvida todos os dias é o que mais dóis, pois a resposta que tanto peço não me vem. Essa angústia, essa ansiedade que consome a alma e fere o coração e perturba a mente: amor e razão. Duelo que parece não ter fim. Como terminar com esse turbilhão?

Não quero amor pela razão mas sim a razão de amar.

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